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Produção sob demanda depende de investimento em tecnologia

22/10/2019

Da esq. para dir.: Fernando Pimentel, Aureo Charles da Cunha, Döndü Ünal Haktar e Laurent Aucouturier tratam da produção sob demanda

O perfil dos consumidores tem mudado. Aqueles que antes recebiam os produtos vendidos sem muito diálogo direto com a indústria, hoje, exigem melhor custo, sustentabilidade, inovação e rastreabilidade dos itens. O painel do Congresso Internacional Abit 2019 “Da expectativa de demanda ao sob demanda” tratou dos canais de vendas, necessidades e expectativas dessa relação cliente e produção em massa.

Aureo Charles da Cunha, Gerente de Planejamento de Demandas Hering, mostrou as mudanças realizadas pela tradicional empresa para acompanhar as mudanças mercadológicas e manter o equilíbro dos negócios. “Tivemos que organizar as informações para entender melhor a linha de produção e vendas. Para 2020, temos um plano de abastecimento 100% push, que enviará peças toda semana para as lojas. Monitoramos o consumidor para gerar esse processo que integra informações do cliente para aprimorar a jornada de compra. Sempre testamos em nossa loja conceito tecnologias para detectar o comportamento das pessoas”, disse.

Já a diretora de gerenciamento de Projeto Corporativo da Hugo Boss, Döndü Ünal Haktar, conta que a marca entende que a velocidade da tecnologia tem mudado muito rápido e é necessária para estar up to date com o mercado. Por isso, em 2015, introduziu o conceito de fábrica inteligente. “Para tomada de decisão rápida, usamos inteligência artificial, robotização, reconhecimento de fala para melhorar o sistema. Assim, o programa monta o fluxo de operação a partir de comandos, entre outros. Tudo isso para proporcionar customização e criação a pedido da clientela”, relata.

Encerrando o painel, Laurent Aucouturier, sócio da Gherzi, apontou para alguns exemplos práticos de medidas para iniciar uma produção sob demanda. “É importante criar um sistema maior para tornar a moda mais sustentável. Com investimento em treinar nossos clientes em como cuidar melhor das roupas para que durem mais, pensar no reaproveitamento de peças, entre outras ações”, revela. O especialista ainda alerta: “On demand pode não ser indicado para todos os segmentos de vestuário, pois não estão todos 100% preparados para absorver essa demanda. Entretanto, o tema será mais observado quando os grandes varejistas o levarem em consideração. Quando produzirmos de maneira mais sustentável, a produção sob demanda será apenas parte de toda a solução de desafios”.