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Deslocamento Criativo integra refugiados à economia em SP

17/07/2018

Com o objetivo de mapear e dar visibilidade à produção e à participação de refugiados que vivem em São Paulo e atuam com economia criativa, a plataforma “Deslocamento Criativo” foi lançada no dia 14 de julho. São Paulo é hoje o segundo principal destino dos refugiados que chegam ao país, mas a força da produção criativa realizada por essas pessoas ainda é pouco conhecida.

Expositor sírio apresenta seus produtos no lançamento do Deslocamento Criativo, na Casa das Rosas (SP)

O projeto Deslocamento Criativo apresenta um retrato de oportunidades e desafios de refugiados vindos da África e do Oriente Médio que atuam na área de economia criativa na capital paulista. A plataforma pretende ser a principal fonte de referência para quem deseja conhecer e contratar os trabalhos desenvolvidos por essas pessoas em situação de refúgio nas áreas de gastronomia, moda, línguas e cultura, arte e artesanato.

A ação foi desenvolvida com o apoio da Secretaria de Cultura do Governo do Estado de São Paulo, por meio do Programa de Ação Cultural (ProAC – Editais).

No Brasil, de acordo com o relatório de 2016 do Comitê Nacional para os Refugiados (Conare), órgão ligado ao Ministério da Justiça, as solicitações de refúgio cresceram 2.868% nos últimos cinco anos. Passaram de 966, em 2010, para 28.670, em 2015. Até 2010, haviam sido reconhecidos formalmente 3.904 refugiados. Em abril deste ano, o total chegou a 8.863, o que representa aumento de 127%. Os sírios formam a maior comunidade de refugiados reconhecidos no Brasil. Eles somam 2.298, e são seguidos pelos angolanos (1.420), colombianos (1.100), congoleses (968) e palestinos (376). Ao todo convivemos no Brasil com pessoas de 79 nacionalidades distintas. No município de São Paulo, já são mais de 385 mil estrangeiros, entre imigrantes e refugiados, segundo dados de 2016 da Polícia Federal.