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CNI: Piora do emprego nos últimos meses prejudica recuperação da economia

03/10/2018

O emprego na indústria ficou praticamente estável em agosto. Com a pequena retração de 0,1% frente a julho, na série com ajuste sazonal, o emprego acumula queda de 0,5% desde maio. O rendimento médio do trabalhador e a massa real de salários também caíram em agosto mostrando a piora no mercado de trabalho, informam os Indicadores Industriais, divulgados pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), no dia 2 de outubro.

De acordo com a pesquisa, o rendimento médio real dos trabalhadores da indústria diminuiu 0,4% em agosto na comparação com julho, na série de dados dessazonalizados. Foi a quinta queda consecutiva do indicador, que acumula uma redução de 1,8% de janeiro a agosto em relação ao mesmo período do ano passado. A massa salarial, que é a soma de todos os vencimentos pagos aos trabalhadores, caiu 0,8% em agosto frente a julho, na série com ajuste sazonal, e acumula perdas de 1,4% de janeiro a agosto em relação ao mesmo período de 2017.

“A fragilidade do emprego e a queda do rendimento e da massa real de salários desestimulam o consumo. O baixo consumo limita a produção. Com isso, as horas trabalhadas caíram e a ociosidade continua elevada, o que dificulta a retomada da economia”, afirma o economista da CNI Marcelo Azevedo.

A pesquisa mostra ainda que o desempenho dos demais indicadores também confirmam a dificuldade de uma recuperação duradoura e consistente da atividade industrial.  Entre as variáveis pesquisadas, só faturamento, que cresceu 2,5% em agosto na comparação com julho na série dessazonalizada e acumula uma alta de 5,5% de janeiro a agosto frente ao mesmo período de 2017, mostra tendência mais clara de recuperação.

As horas trabalhadas na produção aumentaram 1% em agosto na comparação com julho na série com ajuste sazonal. De janeiro a agosto, o indicador acumula aumento de 0,8% em relação ao mesmo período de 2017. “O índice vem alterando variações positivas e negativas, sem apresentar tendência definida desde o início de 2018”, observa a CNI.  

A utilização da capacidade instalada ficou em 78,1% em agosto, 0,5 ponto percentual acima do registrado em julho. Com o crescimento – o terceiro consecutivo –, segundo o estudo, o índice volta a se aproximar do nível de abril (78,3%), antes da paralisação dos transportes.