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Castanhal conquista selo no exterior

22/02/2017

A Castanhal Companhia Têxtil, maior fabricante de produtos de juta do Brasil, acaba de conquistar o selo “Fair Trade” da Aliança Sustentável para o Comércio Justo (FairTSA, na abreviatura em inglês). É a primeira fabricante de sacos de juta no mundo a conquistar a certificação da instituição sediada nos Estados Unidos. 

“Tudo isso veio ratificar e garantir ainda mais credibilidade a uma série de práticas e valores da Castanhal, que sempre agiu orientada com preocupaçoes sociais e ambientais”, reforça o diretor Superintendente Flavio Junqueira Smith. Ele acredita que a certificação terá desdobramentos na imagem e nos negócios da companhia. “Clientes, trabalhadores e fornecedores vão olhar para a empresa com outros olhos. Especialmente para os nossos clientes, o selo da Fair Trade vem somar ao conjunto de fatores positivos que a sacaria de juta já traz para a exportação de café, por exemplo. O selo vai auxiliar os exportadores a comercializar seus produtos em mercados muito exigentes, como Estados Unidos, União Européia e Japão. A sacaria certificada dá muita segurança para quem compra esse café no exterior”, comenta Smith. 

Saca de café feita de juta

Reconhecimento - A FairTSA concedeu o selo de Comércio Justo aos sacos de juta produzidos pela Castanhal depois de reconhecer o apoio da companhia aos ribeirinhos na Região Amazônica no cultivo da fibra, que é vendida à empresa e transformada em sacaria para produtos como café, batata, amendoim, castanha e cacau, além de telas naturais e coloridas para diversas finalidades e aplicações, fios e outros materiais de juta biodegradáveis. 

Esse apoio aos ribeirinhos inclui ações como a manutenção do Instituto de Fibras da Amazônia (IFIBRAM), responsável pela pesquisa e promoção do cultivo da juta; um programa de melhoramento genético e produção de sementes de juta distribuídas aos pequenos agricultores; e um projeto piloto em uma comunidade no interior do Pará onde a empresa está ajudando 50 pequenos produtores a evoluir da produção extrativista para uma cultura profissionalizada.

No entanto, o principal item analisado pela FairTSA na relação entre a empresa e os produtores foi o preço pago pela matéria-prima. Em 2016, a Castanhal pagou ao longo da safra da juta, um adicional de 60% sobre o preço estabelecido na política de garantia de preços mínimos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Tais práticas adotadas permitiram que a juta se constituísse em uma importante fonte de renda para mais de 10 mil famílias de ribeirinhos na Amazônia.

Plantação de juta

A FairTSA visa promover o desenvolvimento sustentável e melhorar a qualidade de vida dos agricultores por meio do comércio justo, um conceito que surgiu no fim dos anos 80 na Europa e se disseminou pelo mundo estimulando empresas a garantirem um preço mínimo a produtos comprados de pequenos produtores, para que estes possam manter suas atividades, preservar seu modo de vida e adotar práticas de produção sustentáveis. 

A matriz da empresa fundada em 1966 está localizada em Castanhal, município no interior do Pará. Também possui filiais em Manacapuru e Parintins, no Estado do Amazonas, e dois escritórios comerciais em Pouso Alegre (MG) e São Paulo (SP). Cerca de 1,5 mil funcionários trabalham na produção das 10 mil toneladas de tecido de juta por ano e que são basicamente destinadas ao mercado interno.  

Filial da empresa na Amazônia