Mercado: das fronteiras às portas

08/11/2023

Esse painel, mediado por Giuliano Donini, Marisol,  trouxeinformações e cases internacionais e brasileiros para mostrar como as empresas estão rompendofronteiras e fazendo conexões. Inicialmente, Cem Altan faz uma contextualização sobre os desafios das confecções no mundo. Na sequência, Renner e Cataguases falaram com estão compartilhando tecnologias e responsabilidade social. 

Cem Altan - Presidente do IAF (InternationalApparel Federation) 

As dificuldades após a Covid 19 aumentaram muito para as empresas do mundo todo. O IAF temorientado os fabricantes a se tornarem cada vez mais sustentáveis, investir em máquinas com menor impacto de resíduos ou de uso de energia e redução de CO2 em toda a cadeia produtiva, mas, segundo Altan,as empresas não estão conseguindo sozinhas. Há necessidade do apoio dos governos para conseguir melhorar os índices que haviam sido previstos antes da pandemia. 

A taxa de crescimento na União Europeia em 0,8% em 2023 e 1.4% em 2024 com uma taxa de inflação respectivamente em 6.5% e 3,2. Essas são taxas que impactam muito as empresas que reduziram muito os investimentos. “Se as empresas não vendem, não podem investir. Será difícil alcançar as metas que a UE impôs até 2040 de sustentabilidade”. 

A mudança de mercado consumidor e de fornecedores tem movimentado muito o cenário e criado oportunidades, principalmente para China, América Latina e, neste contexto, para o Brasil também.  

 Henry Costa - Lojas Renner 

 
A palestra do executivo da Renner abordou a concorrência com as plataformas internacionais e o quanto é difícil trabalhar no Brasil com uma fiscalização muito intensa, mas só para os empresários brasileiros. Costa falou que para ser uma cadeia de produção e de varejo forte precisaremos ganhar o mercado internacional.“Não podemos esperar pelo governo e pelas mudanças tão necessárias, mas por hora podemos torcer para ele não nos atrapalhar muito”. Costa falou dos investimentos em tecnologiapara arquivo 3D de tecidos, de criação e ajustes de roupas, onde a modelagem é ajustada conforme dados colhidos com os clientes e rapidamente os fornecedores alteram a roupa.“Temos puxado o uso da tecnologia com nossos clientes e nossos fornecedores, inclusive no uso de dados capturados de tendênciasna Europa peça a peça, bem como nas araras e estoques de todas as lojas Renner e juntando todos esses dados com o mapeamento de redes sociais, para gestão dos produtos”. Costa ainda refletiu com os congressistas que algumas tecnologias não precisam ser compradas individualmente, mas compartilhada entre as empresas e que, mesmo a última tecnologia não pode perder de vista, antes de tudo, a qualidade. 

Tiago Peixoto - Presidente da Cataguases 

 
Com 85 anos, a Cataguases trouxe o case do processo de mudança de mindset da empresa, onde problemas de burocracia na comunicação, de falta de colaboração interna, dentre outros, foram trocados por um olhar mais de rede e colaborativo, criando oportunidades de diálogo, flexibilidadee inovação, ressignificando o propósito da empresa. “Começamos a olhar para o Brasil de uma forma muito aberta, trazendo para nossoobjetivo ser uma indústria de possibilidades de produtos e serviços. Neste contexto, olhamos para o agronegócioe a sustentabilidade ambiental e social para criar o projeto (ilu)miara, onde apoiamos o trabalho social do algodão orgânico favorecendo 60 famílias, junto com a Dalila Têxtil”.

Fotos: Soul Studio