Pesquisadores desenvolvem tecido que aumenta a vida útil de estruturas de construção civil
04/12/2020
Para além do vestuário e moda lar, a tecnologia têxtil se faz presente em muitos outros setores da sociedade moderna, como automóveis, artefatos medicinais, embalagens e, até mesmo, na engenharia civil, com os chamados geotêxteis.
Neste sentido, pesquisadores coreanos desenvolveram um método de reforço estrutural para concretos que usa um tecido à base de carbono junto com a argamassa e o cimento. A composição não apenas dobra a capacidade de carga das estruturas, como também permite aumentar sua vida útil em três vezes.
A ideia é utilizar o material na recuperação de grandes obras civis, como pontes, viadutos, túneis e mesmo edifícios, cujo a durabilidade esteja acabando. Já existem folhas de fibras de carbono para reforçar estruturas de concreto deterioradas, mas seu uso é restrito porque exige a aplicação de colas orgânicas, que são combustíveis e não podem ser aplicadas em superfícies sujeitas à água.
O novo método, por sua vez, usa painéis finos que a equipe de engenheiros batizou de "argamassa pré-moldada têxtil reforçada", constituídos por uma malha têxtil de carbono e uma fina camada de argamassa de cimento. Apesar do nome, a tecnologia também pode ser aplicada no local, conformando o painel à estrutura existente.

A placa serve de suporte para a malha de carbono, que é então colada à estrutura com cimento
Crédito de imagem:Young-Jun You et al. - 10.3390/ma13173856
À prova de água e de fogo
Com cerca de 20 milímetros de espessura, os painéis são grampeados na superfície da estrutura de concreto e então o espaço entre a estrutura e o painel é preenchido com cimento, que funciona como adesivo, dispensando as colas orgânicas.
Com isso, todo o reforço mantém-se à prova de fogo e de água, além de a obra de recuperação custar 40% menos do que uma recuperação feita com os atuais painéis de fibra de carbono.
Ao contrário das barras de reforço de aço, o tecido de carbono não sofre corrosão e, portanto, pode ser usado para fortalecer edifícios, rodovias e outras estruturas nas zonas litorâneas, sujeitas à maresia.
"Para facilitar a produção e o transporte, os painéis são fabricados em um tamanho relativamente pequeno, de 1 m por 2 m, podendo ser conectados no local da construção. Um método para conectar efetivamente os painéis está sendo desenvolvido atualmente, e os testes de desempenho do método serão conduzidos até o final de 2020", disse o professor Hyeong-Yeol Kim, do Instituto Coreano de Engenharia Civil e Tecnologia de Construção (KICT).
*Com informações do site Inovação Tecnológica