Painel da Abit e da ABDI na COP30 apresenta tecnologia de gestão de resíduos do jeans da startup J.GE

17/11/2025

Painel da Abit e da ABDI na COP30 apresenta tecnologia de gestão de resíduos do jeans da startup J.GE

Divulgação: ABDI

A Abit, em parceria com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e a startup J.GE, realizou o painel “Desafios na gestão de resíduos têxteis”, no qual foi apresentada uma solução inovadora capaz de transformar os resíduos gerados na produção e no acabamento do jeans em insumos reutilizáveis. A iniciativa da J.GE oferece uma nova abordagem para a indústria na gestão de resíduos de lavanderias e processos de tingimento, apontando para práticas mais sustentáveis.

“Desde o primeiro contato, percebemos o potencial dessa solução para gerar impacto ambiental real no setor têxtil. Temos trabalhado para que essa tecnologia seja amplamente conhecida e aplicada no Brasil”, afirmou Neide Freitas, assessora especial da ABDI.

A tecnologia da J.GE abrange o ciclo produtivo do jeans, que atualmente gera resíduos no tingimento do fio e na lavanderia, duas etapas principais que acabam culminando no descarte em aterros sanitários. A inovação proposta pelo projeto elimina essa etapa, prevenindo a decomposição da matéria orgânica e a consequente emissão de gases de efeito estufa, como o dióxido de carbono (CO2) e o metano, altamente nocivo.

Segundo a startup, o resíduo industrial (lodo) gerado nas lavanderias deixa de ser enviado ao aterro e passa a ser destinado a uma usina de reciclagem. Desta forma, o material tratado retorna à própria cadeia produtiva, fechando o ciclo e consolidando uma economia circular.

Camila Zelezoglo, Gerente de Sustentabilidade e Inovação da Abit, enfatizou o compromisso da associação com a moda sustentável, mencionando o acordo recém-assinado com a ABDI para estudar a rastreabilidade e a destinação de resíduos industriais e pós-consumo. Camila destacou ainda que o desafio reside em levar soluções acessíveis, especialmente para as pequenas e microempresas que compõem a maioria do setor e muitas vezes não possuem alternativas para a destinação adequada dos resíduos tratados.

“A gente precisa cada vez mais casar o desenvolvimento econômico, atrair empresas para formalidade e dar soluções que sejam, de fato, acessíveis. O custo não tem como ser virtual, porque, no Brasil, o nosso mercado é muito competitivo”, afirmou Camila.