Marisol lança o primeiro condomínio industrial têxtil do Brasil
10/11/2021
Cada vez mais competitivo, o setor têxtil e de confecção encontra na inovação maneiras de se reinventar acompanhando os movimentos do mercado. E é exatamente por entender e antecipar os rumos que a indústria vem tomando que a Marisol apresenta uma novidade com impactos positivos para toda a cadeia produtiva na qual está inserida. Em breve, a planta da empresa, localizada em Jaraguá do Sul (SC), passará a abrigar o primeiro condomínio industrial de sistemistas têxteis do Brasil.
O projeto, conforme Giuliano Donini, CEO da Marisol e presidente da Câmara de Desenvolvimento da Indústria Têxtil, Confecção, Couro e Calçados da Fiesc (Federação da Indústrias do Estado de Santa Catarina), dialoga com o modelo de negócio que a empresa vem desenhando para o futuro. “Ele é parte do olhar criado para 2030 e, portanto, segue alinhado ao nosso Enunciado Estratégico, projetando uma gestão de negócios no modelo de plataforma. A indústria passa a ser uma articuladora, com capacidade de gerar conexões e trazer ganhos para todos que fazem parte dessa cadeia”, explica.
Na prática, o condomínio será um ecossistema formado por um cluster têxtil com a finalidade de fortalecer empresas do segmento. Para isso, reunirá em seu espaço físico especialidades e diferenciais capazes de alimentar e fomentar uma cultura de coopetição, ou seja, focada, simultaneamente, na colaboração e na competição dos condominiados.
Giuliano destaca a relevância do projeto para o fortalecimento das companhias. “A importância é para todas aquelas que participarem do modelo ou de algum como este. A mudança da atual lógica de uma cadeia longa desintegrada para uma cadeia longa integrada será tão melhor e maior quanto for o processo colaborativo. Não obriga as transações, mas traz vantagens e racionalidades que tornam muito atrativas as transações entre os pares. A integração da cadeia permite encurtamento de lead time, eliminação de custos logísticos e de embalagens, redução de estoques intermediários, dentre outros, o que pode e deve gerar economias e competitividade para todos” revela.
Giuliano Donini, CEO da Marisol - Crédito de imagem: divulgação
Entre os benefícios está a redução de despesas fixas que, uma vez divididas entre os sistemistas em troca de uma infraestrutura bem preparada e em expansão, cria um local vivo para que as empresas instaladas possam se relacionar, potencializando negócios e parcerias, com acesso facilitado a produtos e serviços. O exemplo ainda traz sustentabilidade, promove a logística reversa, favorecendo o reaproveitamento de materiais, estimula network e gera importantes conexões.
Ainda de acordo com o idealizador do projeto, toda e qualquer organização que atue em alguma etapa da atividade têxtil, da pluma de algodão à malha ou tecido acabado poderá participar. “O modelo pressupõe que a soma de capacidades e competências permita que os participantes colaborem para o crescimento do sistema, gerando ganhos finais somados”, evidencia Giuliano.
Atualmente, com cerca de 70 mil metros quadrados de área construída, a planta da Marisol tem capacidade para ampliação, ultrapassando os 100 mil metros quadrados. A capacidade produtiva do condomínio é suficiente para permitir que a produção alcance cerca de 1,2 mil toneladas/mês.
O condomínio está apto a receber fábricas de médio e grande porte especializadas nas mais diferentes áreas da indústria têxtil. “Na prática, é um modelo que só não funciona para empresas autossuficientes, o que não é a principal característica do setor que é, em quantidade, principalmente, formado por indústria especializadas”, disse Giuliano.
Já existe uma malharia confirmada e preparada para o início da produção no espaço em dezembro próximo. Há também negociações em andamento com mais organizações, inclusive, de outras partes do País, que enxergam em Santa Catarina e no condomínio potenciais únicos para crescer no mercado.