Investimentos estratégicos e inovação tecnológica são caminhos para o aumento da produtividade no setor têxtil

30/10/2025

O segundo dia do Congresso Internacional Abit 2025 trouxe, no Painel 7, uma discussão central para o futuro da indústria têxtil e de confecção: “Investimentos estratégicos para aumento de produtividade”. Mediado por Rafael Cervone, presidente do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), o painel contou com a participação de Arthur Dias (diretor do Senai Francisco Matarazzo), Joachim Hensch (Hensch Consulting, Alemanha) e Renan Wernz Tolotti (diretor executivo da Arrazantty).

Abrindo o painel, Arthur Dias destacou a urgência de modernizar o parque industrial brasileiro e reverter a estagnação da produtividade no setor têxtil, comparando o desempenho do país com o de países como China, Reino Unido e Estados Unidos. “Nós temos uma guerra de preços global e uma pressão pelos produtos e pelos preços dos insumos que temos”, apontou, avaliando o baixo investimento em bens de capital e a idade média elevada dos equipamentos como pontos de atenção. Como exemplo prático de políticas de fomento à eficiência, Arthur apresentou o programa Brasil Mais Produtivo, que abrange: plataforma de produtividade, diagnóstico e estratégia de gestão, otimização de processos industriais e transformação digital.

Na sequência, Joachim Hensch destacou a importância da digitalização inteligente, com uma transição clara e eficiente do analógico para o digital e um equilíbrio na relação entre homem e máquina, e da agilidade industrial. “Os mercados estão mudando e as cadeias de suprimento estão sendo bombardeadas com decisões políticas levando a novas decisões e exigindo abordagens estratégicas flexíveis e constantemente revisadas”, apontou. Hensch acrescentou que cada vez mais o mercado segue a lógica de produção orientada por dados e voltada a nichos altamente específicos. “A China, por exemplo, é extremamente rápida em analisar dados de redes sociais e transformar essas informações em produtos que os consumidores desejam”, destacou, reforçando que o mercado gira em torno da impaciência, de forma que a agilidade é essencial, mas sem comprometer qualidade e valor agregado.

Por fim, Renan Wernz Tolotti, encerrou o painel trazendo um olhar prático sobre como os investimentos estratégicos em produtividade se traduzem na rotina de uma empresa nacional de confecção, com um case interno da Arrazantty. Renan ressaltou que investir em produtividade não se resume à aquisição de novas máquinas ou tecnologias. O verdadeiro diferencial, segundo ele, está nas pessoas e na capacidade de inovar nos processos. “Investimentos não são apenas máquinas. São pessoas, são processos e são inovações”, reforçou.