Exportações brasileiras seguem impactadas por tarifas adicionais do EUA mesmo com aumento de isenções
01/10/2025
Em nota técnica divulgada no dia 26 de setembro de 2025, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) indica que 73,8% das exportações brasileiras aos Estados Unidos seguem sujeitas a tarifas adicionais, mesmo após a atualização do anexo de exceções da Ordem Executiva 14.257 do governo americano. Desta forma, 6.033 produtos brasileiros de setores diversos continuam sobretaxados. Antes da revisão da lista de isenções, as tarifas incidiam sobre 77,8% das exportações, atingindo 6.037 produtos.
O presidente da CNI, Ricardo Alban, destacou que a Confederação tem uma parcela alta da pauta afetada, de modo que o cenário reforça a urgência de avançar com a negociação. Alban ainda apontou que a CNI vê com entusiasmo a sinalização de uma reunião entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Donald Trump na próxima semana e que espera que seja o início de uma negociação oficial para reverter o cenário atual.
Alterações na inclusão e na exclusão de produtos: De acordo com o levantamento da CNI, a nova lista excluiu códigos referentes a produtos de cobre, sujeitos à tarifa setorial da Seção 232, além de resinas e silicones. Além disso, foram incluídos 39 produtos - agora isentos das tarifas recíprocas -, dentre eles: minerais críticos, químicos industriais, metais preciosos e metais de base.
Dos 39 produtos que foram incluídos, 13 foram exportados pelo Brasil em 2024, somando aproximadamente US$ 1,7 bilhão, o equivalente a 4,1% do total exportado para os Estados Unidos. Já entre os 13 produtos exportados, três passam a ser isentos de tarifas adicionais - correspondendo a 4% do total exportado aos Estados Unidos -, sendo dois tipos de pastas químicas de madeira conífera e não conífera e ferroníquel.
Outros dez produtos, antes sujeitos à tarifa de 50%, permanecem sob a tarifa adicional de 40%, conforme a Ordem Executiva 14.323, correspondendo a 0,1% do total exportado. Dentre esses produtos, destacam-se metais preciosos, níquel, ímãs permanentes, artigos de ouro e grafite natural.
Produtos são retirados da lista de isenção estabelecida em abril: A última ordem executiva americana retirou 84 produtos da lista de isenções estabelecida em 2 abril de 2025. Desses, 76 são produtos de cobre, já abrangidos pela Seção 232.
Já os demais oito códigos, que incluem insumos químicos e plásticos industriais, corresponderam a US$ 143,8 milhões em exportações brasileiras aos EUA em 2024 e agora estão sujeitas à tarifa adicional de 50%, sendo a tarifa recíproca de 10% e a tarifa adicional de 40% específica do Brasil.