Congresso Internacional Abit destaca políticas públicas e crédito para fortalecer a indústria nacional

29/10/2025

 

Mais uma vez, o Congresso Internacional Abit reúne vozes relevantes do governo que representaram, no primeiro dia do evento, órgãos financiadores da indústria e que, mais recentemente, passaram a estar mais próximos e atentos às atividades do Têxtil e da Confecção. Do painel focado em “Políticas Públicas e Produtividade Nacional”, sob a mediação do Diretor Superintendente da entidade, Fernando Pimentel, participaram José Luis Pinho Leite Gordon (BNDES), Uallace Moreira (MDIC), José Henrique Pereira (Finep) e José Ronaldo Souza Jr. (Leme Consultores).

Fernando Pimentel, ativo integrante de debates da Agenda da Indústria Têxtil e de Confecção junto aos canais governamentais, assinala que a pauta do painel incluiu temas estruturantes e recorrentes, como a qualidade regulatória, a simplificação tributária, crédito de longo prazo, inovação tecnológica, digitalização das empresas e fortalecimento das cadeias produtivas locais. “O debate é essencial para entender como políticas públicas bem estruturadas podem ampliar a competitividade nacional”.

“A indústria, como um todo, é tão estratégica quanto o agronegócio”, afirma o secretário Uallace Moreira, do MIDIC. Ele destaca a importância do plano de Indústria 2024, que prevê 300 bilhões de reais em crédito para o setor. O secretário também reforça que “a política industrial precisa ser de Estado, não de governo”. Ele salienta que “o setor privado precisa de linhas de crédito específicas para inovação”, apontando que a indústria tem um papel fundamental nesse processo. Uallace Moreira ainda lembra que “a NIB (Nova Indústria Brasileira) vem para mostrar a importância de uma política industrial estruturante”, sublinhando que “a indústria é estratégica para a transformação que estamos buscando”.

Já O diretor do BNDES, José Luís Gordon, destacou que o fortalecimento da indústria nacional exige continuidade e planejamento de longo prazo. “É algo perene, não se faz em um ano. É preciso dar espaço para que esta política funcione ao longo dos anos”, afirmou. Segundo ele, a indústria está no centro da agenda econômica do governo, com diversos instrumentos sendo articulados para impulsionar o setor. Gordon explicou que o “Plano Brasil Mais Produtivo” prevê R$ 600 bilhões destinados à indústria, em uma ação conjunta entre vários bancos, “um esforço que conflui para o mesmo objetivo”. Ele ressaltou ainda que os beneficiamentos tradicionais seguirão as diretrizes de conteúdo local, valorizando a produção nacional. De acordo com o diretor, a matriz de máquinas brasileiras precisa de renovação, e o BNDES disponibilizará R$ 12 bilhões em crédito para modernizar o parque industrial e preparar o país para a Indústria 4.0.

O representante da Finep, José Henrique Pereira, por sua vez, destacou que a instituição dispõe de recursos capazes de apoiar projetos voltados à exportação e ao aumento da produtividade. Segundo ele, “a Finep pode apoiar por crédito e por subvenção econômica”, sendo esta última realizada por meio de chamadas públicas. Pereira explicou ainda que empresas de grande porte podem ser atendidas diretamente pela agência, enquanto as de menor porte acessam o apoio por meio de agentes estaduais. “Em 2024 e 2025, estamos apoiando muitas empresas em diferentes setores”, afirmou. O dirigente ressaltou que a Finep atua como “um elo de ligação entre as empresas e as linhas de crédito para inovação”, reforçando o papel da instituição no fomento ao desenvolvimento tecnológico nacional.