Confiança, liderança e bem-estar pautam o debate sobre o futuro do capital humano na indústria

29/10/2025

O Painel 2 do 10º Congresso Internacional Abit, realizado em 29 de outubro, em São Paulo, colocou o capital humano no centro da agenda da produtividade. Sob o tema “Capital Humano: O Coração da Produtividade”, o debate reuniu Daniela Diniz (Great Place to Work® Brasil), Irina Catta Preta (Suzano) e Alexandre Ferreira (Vicunha Têxtil), com mediação de Rafael Cervone, presidente do CIESP e presidente emérito da Abit.

Abrindo as apresentações, Daniela Diniz focou na cultura de confiança, papel da liderança e impactos mensuráveis na performance, trazendo dados do Great Place to Work e apresentando alguns desafios contemporâneos das empresas, como: alto turnover, desengajamento frente à IA e busca por flexibilidade. Ela reforçou que a crise da confiança é um fator que afeta tanto a sociedade quanto as empresas, citando a frase de Michael C. Bush, CEO do Great Place to Work: “Confiança não é uma soft skills, é um acelerador”. Daniela ressaltou ainda o “efeito GPTW”, no qual liderança molda experiência, experiência molda cultura e cultura impulsiona a performance do funcionário. “As pessoas não pedem demissão das empresas, mas de seus líderes. A excelência começa pela liderança”, acrescentou. 

Na sequência, Irina Catta Preta, da Suzano, trouxe o case sobre colheita florestal com o Projeto Spider, implantado no Vale do Paraíba. A iniciativa introduziu uma mecanização, permitindo operações mais seguras, eficientes e sustentáveis. Com isso, a produtividade cresceu sem afetar a mão de obra dos trabalhadores manuais, que foram mantidos e capacitados para operar as novas máquinas, ganhando melhores salários e qualidade de vida. “Temos que nos desafiar a fazer de forma diferente, preservando a vida e a segurança das pessoas e também buscando mais produtividade”, disse Irina.

Por fim, Alexandre Ferreira trouxe experiências da Vicunha Têxtil e algumas reflexões sobre os desafios de tangibilizar o capital humano nas empresas. Com base em pesquisas internacionais e nacionais, ele destacou os altos índices de desengajamento profissional, especialmente entre os colaboradores que executam a estratégia. Alexandre também reforçou que a cultura, o líder e o ambiente são os principais fatores que interferem no engajamento. “Empresa que não evolui sua cultura para chegar num estágio maduro, não lida com a complexidade e o intangível”, complementou.