Confecções nacionais aceleram transição sustentável com digitalização

09/12/2025

IEMI

O mais recente levantamento do IEMI - Inteligência de Mercado revela que a indústria de confecção brasileira vive um novo ciclo de transformação, impulsionado pela inovação e pela Agenda ESG, em português, ASG, que envolve práticas e compromissos Ambientais, Sociais e de Governança.

O estudo, que coletou respostas de 280 indústrias estruturadas e certificadas em todo o país, mostra que 46% das empresas já possuem programas de sustentabilidade e 8% das demais planejam implementá-los até 2026.

“Essa transição reflete não apenas uma resposta às exigências do mercado e dos consumidores, mas uma nova consciência sobre o impacto da moda no planeta. As empresas estão investindo para se tornarem mais eficientes, responsáveis e competitivas”, destaca Marcelo Prado, consultor e diretor do IEMI.

Aumento do uso de tecnologia - Além do avanço na agenda verde, o estudo revela um salto tecnológico expressivo, já que sete em cada dez confecções já utilizam ferramentas digitais em seus processos produtivos e de gestão, como sistemas ERP, CRM e soluções de conectividade industrial. Com isso, 73% das empresas digitalizadas relatam aumento significativo de produtividade.

Segundo Marcelo, a digitalização apresenta papel estratégico na transição sustentável do setor. “Ela permite reduzir desperdícios, otimizar o uso de recursos e melhorar o controle sobre a cadeia produtiva, o que se traduz em competitividade e responsabilidade ambiental”, acrescenta o diretor do IEMI.

O levantamento evidencia ainda que as indústrias estão destinando em média 2,4% do faturamento para digitalização e 3,6% para ações de sustentabilidade, reforçando o comprometimento com a modernização. Outro destaque é a forte parceria com o SENAI, presente em 44% das empresas pesquisadas, especialmente por meio de programas como Brasil Mais Produtivo e Transformação Digital.

Demais dados levantados - Entre os principais objetivos dos programas de sustentabilidade implementados estão a redução do consumo de água e energia (79%), o reaproveitamento de resíduos têxteis (77%), a garantia de condições de trabalho seguras e justas (50%) e o uso de fontes e materiais sustentáveis (43%). Além disso, 16% das empresas já utilizam matérias-primas certificadas e recicladas, percentual que tende a crescer, já que 65% dessas empresas planejam ampliar o consumo de insumos sustentáveis.

Para o diretor do IEMI, esses indicadores demonstram que a moda brasileira está se reposicionando para competir em um mercado global que exige rastreabilidade, transparência e compromisso real com o meio ambiente. “O futuro da indústria será verde, digital e humano e o Brasil tem condições de ser referência nesse processo”, complementa Prado.

O relatório apresenta um panorama detalhado sobre inclusão digital, capacitação técnica, parcerias com redes varejistas e práticas sustentáveis que estão moldando o futuro da indústria de confecção no país.