Abit defende início do corte de juros para estimular a atividade produtiva do país

11/12/2025

Selic Abit

A Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) considera que a manutenção da taxa Selic em 15% ao ano, patamar estável desde junho de 2025, impõe fortes restrições à atividade produtiva, mantendo o Brasil entre os países com maiores juros reais do mundo. Esse cenário compromete a competitividade, inibe investimentos e contribui para um crescimento econômico errático, marcado por avanços pontuais seguidos de retrações. 

A expectativa predominante é de que o Copom mantenha a Selic inalterada em sua última reunião do ano, nesta terça e quarta-feira (9 e 10 de dezembro). Isso postergaria por mais 45 dias o início de um ciclo de flexibilização monetária, mesmo com a inflação em trajetória consistente de convergência para a meta definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Diante desse quadro, a Abit reafirma sua defesa pela iniciação imediata do processo de redução dos juros, condição essencial para reaquecer a economia e estimular a atividade industrial. 

O Boletim Focus desta segunda-feira (8/12) reforça esse entendimento. A projeção do mercado para a inflação de 2025 permanece em 4,4%, portanto abaixo do limite superior da meta, de 4,5%. Para 2026, a estimativa passou de 4,17% para 4,16%, registrando queda pela quarta semana consecutiva após a divulgação da inflação de outubro — a menor para o mês em quase 30 anos. 

Nesse contexto, a Abit ressalta que a flexibilidade inerente ao regime de metas — com bandas que permitem acomodar oscilações temporárias — já garante um amortecedor relevante. O ponto central, agora, é fortalecer a coordenação entre políticas fiscal e monetária, condição indispensável para que o País retome uma trajetória de crescimento sustentável, previsível e favorável ao investimento produtivo. 

Olhando para o horizonte de 2027, seria desejável que o Brasil avançasse rumo a um patamar de juros que não inviabilize a economia real. Considerando estudos amplamente utilizados sobre taxa de juros neutra — estimada entre 4% e 5% ao ano —, a Selic nominal ideal deveria situar-se próxima de 9%. Contudo, o nível atual, de 15%, revela-se excessivamente restritivo, já produzindo reflexos negativos sobre o consumo, a confiança e o ritmo da atividade econômica. 

A Abit reforça que reduzir os juros é decisivo para liberar a capacidade de investimento, preservar empregos, fortalecer a indústria e criar condições para que o Brasil cresça de forma estável e competitiva.