Abit defende início do corte de juros para destravar o crescimento
05/11/2025

A reunião do Copom, que será concluída nesta quarta-feira (5 de novembro), ocorre em um contexto de esfriamento da atividade econômica. A taxa Selic permanece em 15% ao ano — um dos níveis reais mais altos do mundo — enquanto diversos indicadores apontam estagnação: a produção industrial segue cerca de 15% abaixo do pico registrado em 2011.
Ao mesmo tempo, a inflação vem mostrando trajetória de desaceleração, já convergindo para a meta. Nesse cenário, a Abit entende que há condições claras para o Banco Central iniciar imediatamente um ciclo de redução dos juros, em linha com o movimento já adotado por economias avançadas, como os Estados Unidos, que vêm promovendo cortes na taxa básica de forma preventiva contra a desaceleração global.
A manutenção de juros excessivamente elevados tem imposto custos significativos à economia brasileira, sobretudo à indústria, que depende de crédito acessível para investir, inovar, empregar e sustentar a competitividade do país. Sem financiamento adequado, o consumo segue contido, o nível de emprego perde vigor e a produtividade fica comprometida.
A Abit reforça a urgência de maior convergência entre as políticas fiscal e monetária. Para que o Brasil volte a crescer de maneira sustentável e previsível, é imprescindível elevar a taxa de investimento para patamares próximos de 25% do PIB e reduzir estruturalmente os juros reais — hoje ainda muito acima do que suporta uma economia que pretende intensificar seu desenvolvimento.
Destravar o crédito e estimular o investimento não são apenas decisões econômicas: são escolhas estratégicas para garantir um país mais competitivo, com mais empregos de qualidade e oportunidades para todos.
Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit)