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Valor que começa na empresa e se espalha na cadeia da moda

09/02/2018

O Programa Valor em Cadeia, promovido pelo Uniethos e pelo Fundo Multilateral de Investimentos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), com o apoio da ABIT e da ABVTEX, encerrou o ciclo de dez palestras em novembro e as empresas participantes declararam ter colhido ótimos resultados. 

O Programa, iniciado em 2016, tinha como principal objetivo melhorar o desempenho do negócio, o bem-estar dos funcionários e a gestão ambiental das micro, pequenas e médias empresas. O setor de confecção foi um dos escolhidos para participar dessa primeira edição, com um total de 50 empresas, além de 34 da construção civil. Como apoiadores, marcaram presença o Instituto C&A, a C&A e a Marcel BR, uma das associadas da Abit.

“Para nós foi muito interessante.  Nós já fazíamos muitas ações preconizadas pelo Selo ABVETEX, também  cuidávamos do melhor uso da água, fazendo reuso, e achávamos que estávamos muito bem no valor que os funcionários nos dava, pois sempre  pagamos benefícios e prêmio de produtividade. Mas, depois da pesquisa do Sesi, vimos que isso não é suficiente. O funcionário quer ser ouvido e participar de discussões. E a gente não sabe nada da vida dele, onde mora, como se descola, família... Agora criamos formas de ser mais integrativos. Estamos aguardando o levantamento do novo cenário pelo Sesi”, declarou Tiago Girardi Ramos, da Intertêxtil.

Tiago Girardi Ramos, da Intertêxtil

 “Esse Programa Valor em Cadeia trabalhou muito a questão da sustentabilidade e este é um tema que a gente ouve muito, mas tem pouco conhecimento. Os clientes já cobravam e auditores vinham também cobrando mais dados de sustentabilidade na empresa. Este Programa foi um divisor de águas para nós, pois conseguimos implementar tudo que foi proposto porque conseguimos engajar a diretoria da empresa e foi criado um grupo de trabalho para ideias inovadoras. Nossa comunicação era muito falha com os funcionários, muito departamentalizada, e foi mágico poder evoluir nesta parte com a ajuda das palestras daqui“, explica Elaine Ferreira Galhardo Lopes, auditoria de compliance e projetos de sustentabilidade da Comask.

Elaine Ferreira Galhardo Lopes, auditoria de compliance e projetos de sustentabilidade da Comask

“Nós produzimos cerca de 700 mil peças femininas por mês exclusivamente para C&A. Eu tenho  450 funcionários e mais umas 30 subcontratadas. E quando veio a resposta sobre nosso levantamento de Valor  feito pelo Sesi  ficamos muito surpreendidos de como a falta de comunicação é gritante. A gente sempre acha que está melhor do que a realidade. Mas foi bom, porque vimos que é preciso se envolver com a comunidade. Promovemos várias palestras com temas tipo Violência contra a Mulher, Alcoolismo, economia do lar, e as funcionárias se sentiram mais integradas. Melhorou a convivência entre elas e entre nós. Temos funcionárias transgêneros que foram muito melhor aceitas. E, estamos entrando como fornecedores de estágios para recém-formadas costureiras num projeto social. Tudo isso porque o Programa foi nos mostrando direções”, disse Luiz Heitor de Castro Medeiros, da confecção Generalli.

Luiz Heitor de Castro Medeiros, da confecção Generalli.

“Este Programa é uma iniciativa muito boa e que deveria se repetir, dando oportunidades a mais empresas de se conscientizarem da etapa real em que elas estão no âmbito da sustentabilidade e onde elas ainda podem chegar, melhorando produtos, processos e gestão de pessoas”, declara Fernando Pimentel, presidente da Abit.

A Abit esteve presente no encontro de encerramento do Programa onde apresentou a plataforma TexIndex para a empresa realizar um autodiagnostico de sustentabilidade. A plataforma foi criada pelo Texbrasil (Programa de exportação da Abit em parceira com a Apex-Brasil) e está disponível gratuitamente no site www.texbrasil.com.br