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Setor têxtil paulista reduz uso de energia elétrica

26/09/2016

Uma das quedas mais representativas no consumo de energia elétrica do setor industrial paulista ficou por conta do setor têxtil, que registrou queda de 8,2%, em 2015. Os dados são do Balanço Energético do Estado de São Paulo, publicado pela Secretaria de Energia e Mineração. No geral, o setor industrial teve recuo de 0,2%. As quedas mais representativas do setor industrial se encontram na produção de ferro e aço com 16,7% e cimento com 9,8%. O setor comercial registrou retração de 0,4%.

Segundo o relatório, a soma de todas as energias consumidas no Estado no ano passado registrou uma redução de 1,3% em relação ao ano anterior. Foram consumidos 72 milhões de toe (tonelada de óleo equivalente) em 2015, contra 72,9 milhões de toe no ano anterior.

A gasolina e a energia elétrica puxaram para baixo o consumo paulista de energia em 2015. Em valores nominais a maior queda foi da gasolina, que recuou de 8,1 milhões de metros cúbicos consumidos em 2014 para 7,1 milhões em 2015. A eletricidade, que representa 17% do total de energia consumida no Estado, teve uma retração de 5.617 Gigawatt-hora (GWh) de 2014 para 2015. O total de eletricidade utilizada em 2015 foi de 145.106 GWh.


 
Para o secretário de Energia e Mineração do Estado de São Paulo, João Carlos Meirelles, esses números são resultado da desaceleração da economia nacional. “A crise econômica que o Brasil vive nos últimos dois anos se traduz diretamente no consumo dos energéticos. São as empresas reduzindo a produção, o transporte movimentando menos carga e as pessoas economizando na energia elétrica, no gás e no combustível. Em 2016, ainda teremos um consumo próximo ao do ano passado e apenas a partir do segundo semestre de 2017 deveremos ter uma produção econômica que impacte no aumento do consumo de energéticos”, explica.

O etanol e o bagaço de cana, que juntos representam 33% do consumo de energéticos do Estado, foram os únicos que registraram aumento em 2015, totalizando 14,4% e 9%, respectivamente.

O setor de transportes, responsável por 32% do consumo de energia em São Paulo, apresentou uma queda de 1,3% no período. Destaque para o transporte hidroviário com queda de 14,8%, seguido pela variação negativa do rodoviário com 1,3%, aéreo com 1,2% e ferroviário com 0,6%.
 
A oferta total de energia em 2015 no Estado foi composta na maior parte por derivados de petróleo (36,4%) e cana-de-açúcar (25%). A energia elétrica participou com 17,3% ou 145.106 GWh, o etanol com 12 bilhões de litros ou 8,6%, e o gás natural com 4,8 bilhões de metros cúbico ou 6,6% do total.
 
São Paulo x Brasil - Com o maior parque fabril da América Latina e mais de 44 milhões de habitantes, o Estado de São Paulo consumiu 27,6% de toda a energia utilizada no Brasil em 2015.
 
A participação do Estado no consumo nacional ficou em 23,2% nos derivados de petróleo, 6,3% no coque de carvão mineral, 11,5% na lenha e carvão vegetal e 18,8% em outros energéticos. Já o uso de insumos energéticos renováveis em substituição aos derivados de petróleo, São Paulo teve participação de 62,7% do bagaço de cana, 38,8% do etanol e 27,8% da eletricidade.
 
Série histórica - Nos últimos 10 anos, São Paulo registrou uma queda significativa no uso de energias provenientes de fontes fósseis. O consumo de óleo combustível teve a maior redução atingindo 65,4% ou 787 mil toe em 2006 para 272 mil toe em 2015.
 
Por outro lado, os insumos menos poluentes aumentaram sua participação na matriz energética no mesmo período. O etanol etílico apresentou crescimento de 121% e o bagaço de cana aumento de 44,8%. O consumo total de energia no Estado apresenta um crescimento de 24% na série história. O setor industrial aumentou a utilização de energéticos em 12,2%, o residencial em 20,1% e o comercial em 50,5%.