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Setor têxtil: empresários esperam leve recuperação após eleições

05/10/2018

Nova Pesquisa de Conjuntura realizada pela Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) indica que os empresários do setor aguardam ligeira recuperação da economia após as eleições.

Para os entrevistados, passadas as incertezas que caracterizam o cenário pré-eleitoral, poderá haver crescimento nas vendas, especialmente pelas datas comemorativas como o Dia das Crianças e a Black Friday.

Segundo o levantamento, metade do consultados (50%) estima aumento no consumo entre outubro e novembro, quando acontecem as duas datas, respectivamente na reta final e após o pleito.

O viés positivo é percebido também em relação à expectativa para a produção neste período. Após meses de queda, a previsão, para 37,5% do empresariado, é de que o número de produtos fabricados seja ligeiramente superior ao dos mesmos meses do ano anterior.

Agosto - No mês, apesar dos reflexos da paralisação dos caminhoneiros ainda afetarem as margens de lucro do setor, os entrevistados na Pesquisa de Conjuntura mantiveram o viés positivo em segmentos de destaque, como vendas.

Na comparação entre agosto de 2017 e agosto de 2018, 32,14% dos entrevistados projetavam negociações externas pouco acima do esperado, enquanto que, para 28,57% dos pesquisados, esse número estaria dentro da estimativa.

A exceção ficou com o nível de empregos. Embora 37,5% tenham dito que manteriam seu quadro de funcionários inalterado, 23% informaram que pretendem demitir, percentual muito superior aos 7% reportado um ano antes.

Para a entidade, o resultado reforça o corte de vagas do setor, percebido neste ano. No acumulado de 2018 até agosto, foram demitidos quase dois mil trabalhadores com carteira assinada.

Números confirmam expectativa dos empresários - Ainda que os números do ano não sejam bons, a produção têxtil começou a sentir leve recuperação, com crescimento de 0,7% nos últimos 12 meses. O cenário não é o mesmo para as confecções, que seguem no negativo, com queda de 1,7% no mesmo período. No comparativo entre agosto deste ano e o mesmo mês de 2017, o setor têxtil apresentou de retração de 5,3% e o de confecção, 2,6%.

A queda nas importações também reforça a leve sensação de recuperação apresentada pelos entrevistados. Comparando setembro deste ano com o de 2017, houve redução de 20,54% no volume de importados do setor têxtil e de confecção nacional, e de 2,1% nas exportações. No mesmo período, houve, também, queda de 21,78% na quantidade de importação de vestuário, e crescimento de 23,08% nas exportações. A expectativa é de que o câmbio poderá auxiliar a competitividade do setor nos próximos meses.