Queda dos juros e retomada do crédito são fundamentais para crescimento da economia
11/09/2017
O Comitê de Política Monetária (Copom) reduziu a taxa básica de juros em um ponto percentual, para 8,25%. Para o presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), Fernando Pimentel, a redução da Selic poderia ser mais acentuada, levando-se em conta a queda na inflação e cita ainda a necessidade de que este corte chegue aos empréstimos contraídos por famílias e empresas. Ele salienta que os juros, embora ainda muito altos para os tomadores de recursos, começam a chegar num patamar no qual os aplicadores terão de olhar com muito mais atenção para os investimentos produtivos, que são fundamentais para a retomada mais rápida do crescimento econômico.
O líder classista salienta que o nível de atividade, embora ainda de modo tênue, vem dando sinais de recuperação. Cita como exemplo o setor que representa, no qual a produção física do segmento têxtil cresceu 5% e de confecção, 2,7%, nos últimos 12 meses, na comparação com o mesmo período anterior. O mercado de trabalho também reage: de acordo com o Caged, o saldo positivo da geração de empregos foi de 21.701 novas vagas entre janeiro e julho. Porém, em 12 meses, ainda temos uma perda de 1.700 postos formais de trabalho”.
“Entretanto, verificamos forte recrudescimento das importações, que poderá ter rápido impacto negativo na leve retomada que se apresenta no nível de atividade. Juros mais baixos e um câmbio mais equilibrado são necessários para conter essa prejudicial tendência”.
Fernando Pimentel, presidente da Abit
Pimentel acentua que o Brasil precisa crescer de 4% a 5% ao ano. “Para isso, acreditamos que o ritmo de queda da Selic, sem voluntarismos, poderia ser mais acentuado, levando-se em conta os baixos índices inflacionários. Também é necessário que a queda dos juros chegue de maneira concreta aos empréstimos contraídos por empresas e famílias, que continuam com taxas muito elevadas”.
O nível de juros precisa ser estimulante para os investimentos. É isso que esperamos como decorrência da queda da Selic”, frisou o presidente da Abit, afirmando: “Também é preciso ampliar a concessão de crédito, que continua muito limitada. Sem condições para os investimentos, a recuperação econômica fica mais difícil”.