Expositores do Minas Trend apostam na exportação em cenário adverso
13/04/2016
A 18ª edição do Minas Trend, realizada entre os dias 4 e 7 de abril, no Expominas, em Belo Horizonte (MG), reuniu 220 expositores e oito grifes na passarela com o intuito de mostrar o DNA criativo das marcas com coleções para o Verão 2017. O cenário de retração econômica no Brasil não afastou os mais de cinco mil compradores de diversos pontos do território nacional e internacionais de países como Chile, Emirados Árabes, Londres, Paris, Alemanha, Austrália, Arábia Saudita e Argentina também marcaram presença. Eles foram convidados a participar do evento por meio do Texbrasil – Programa de Internacionalização da Indústria da Moda Brasileira, desenvolvido pela Abit em parceria com a Apex-Brasil. O projeto ainda trouxe jornalistas internacionais de veículos como Vogue Itália, Elle Portugal e Wgsn Inglaterra.
Crédito de imagem: Agência Fotosite
A combinação entre o valor intrínseco das coleções autorais, diferenciadas e a alta do dólar é um fator atraente como estratégia de negócios para as empresas expositoras. Sendo assim, alguns dos expositores investem na exportação como alternativa para garantir espaço no mercado internacional. Os dados da indústria têxtil e de confecção brasileira divulgados pela Abit para 2016 são animadores para quem decidir adotar a tática. A expectativa é entidade para este ano é de que o déficit da balança comercial seja de US$ 3,4 bi, com uma queda de 22,4% (US$ 4,5 bi) nas importações e um aumento de 1,5% (US$ 1,1 bi) nas exportações do setor.
Crédito de imagem: Agência Fotosite
Antenada ao cenário de vendas ao exterior, a Plural vende para países como Espanha e Arábia Saudita desde 2014. A proprietária da marca mineira, Gisele Froes, acredita que a alta do dólar é favorável para atuar internacionalmente. “É bom porque com a dolarização pode segurar os custos. Em breve, pretendo trabalhar com o Mercosul e aumentar presença na Europa e ir para Estados Unidos”, afirma a empresária.
A América Latina, Estados Unidos e nos Emirados Árabes fazem parte do mercado alvo para a marca de moda praia Feriado Nacional que já vende para estes países há 20 anos. A empresa acredita que apesar da situação atual, existe uma boa oportunidade de trabalho. “Ficamos muito mais competitivos frente a outras empresas. Como a praia brasileira é muito popular, com esse câmbio mais alto podemos fazer bons negócios. Apesar do aumento também no valor das matérias-primas, o benefício é maior que ônus e isso favorece as vendas e a expansão”, disse Florença Rezende, diretora da grife de beachwear.
O continente Sul Americano também está no radar de Douglas Harris, proprietário da marca homônima, que existe há seis anos e está presente em mais de 380 pontos de vendas no território nacional. “Começar a exportação no Mercosul e América Latina, posteriormente na Europa, pois temos potencial e é uma força de sustentar os negócios. O meu produto, hoje, tem o mesmo valor de dois ou três anos. Apesar do aumento de 20% a 30% no preço dos tecidos, consegui diminuir meu mark-up para não repassar os valores para os clientes. Em mercado de crise temos que buscar o diferencial e fazer mágica”, atribuiu Harris.
Recém-lançada no Minas Trend, a Nammos, grife mineira de resort voltada para a mulher de público A, já vislumbra o mercado exterior. “Temos no plano de negócios da empresa o interesse em trabalhar com exportação. Inclusive, já tivemos procura para iniciar essa atividade. Mas vamos nos planejar para a próxima coleção”, revela Amanda Miranda de Morais, diretora comercial da marca
A próxima edição do Minas Trend deve acontecer em outubro de 2016.