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Congresso Abit 2018 - Painel 5: mudanças no ambiente corporativo podem ser feitas em diversas esferas

18/10/2018

“A ética não está na tecnologia, está nas pessoas. O mesmo robô que pode monitorar a sua fábrica e melhorar resultados, pode destruir a mesma indústria. E isso somente as pessoas podem mensurar”, afirmou Marcos Panassol, sócio da PWC, durante o Painel 5 do Congresso Abit 2018. Abordando o tema “o novo ambiente de trabalho na sociedade do futuro”, Panassol demonstrou alguns dados das pesquisas recentes da consultoria.

Ele conta que os millennials buscam o desenvolvimento e o propósito de vida alinhado com os valores da organização em que atua. “Temos que dar feedbacks construtivos para essa geração e sempre funciona quando é feita no olho no olho. Assim, eles entendem as questões repassadas e podem crescer com a gente”.

Já Hugo Silveira, gerente sênior da WeWork, apresentou o modelo de negócios da empresa em que atua. “Trata-se de uma startup de locação de espaço para trabalho para proporcionar uma experiência diferente de trabalho e tornar o trabalhar em algo agradável”, iniciou a conversa.

A WeWork abre de oito a 10 espaços em todo o mundo por mês, além de figurar na lista das cinco startups mais valiosas e tem a pretensão de chegar a 1 milhão de usuários no mundo. “Para atingir essa meta temos três tendências que nos norteiam, que são: o fenômeno de robotização - que vai fazer com que as pessoas fiquem sem atividades, inteligência artificial - está cada vez mais próxima de todos os trabalhadores, até mesmo intelectuais. E a Cultura Millennial, as pessoas pensam mais no propósito do que o trabalho. As empresas devem pensar em como reter essa geração”, revelou.

Sandra Barquilha ressalta a possibilidade de fazer adaptações na cultura da empresa para se ajustar em novas

necessidades dos trabalhadores

O desafio de ser inovadora na gestão de recursos humanos em uma manufatura foi o mote da apresentação de Sandra Barquilha, diretora de RH da 3M. “O sucesso da 3M veio da operação industrial. Portanto, a indústria não irá acabar, mas com a tecnologia, não vamos nos prender mais a determinados processos”, salienta a executiva.

Pensando nisso, a fábrica decidiu revisitar a estratégia de RH, incluindo as pessoas nesse processo. O resultado disso foi a adaptação e fortalecimento da cultura, desenvolvimento de uma liderança inspiradora e empoderada, a promoção de um ambiente saudável, diverso e inclusivo, entre outros. “Não consigo ter a flexibilidade de uma startup, mas como adapto isso dentro da minha realidade. Mesmo sendo uma empresa manufatureira, mas implantamos coisas novas. Assim, temos feira, serviços de conveniência, entrega de supermercado, banco, lavanderia, salão de beleza e até mesmo açougue, política de home office. São coisas simples para fazer, como colocar as pessoas na sala para ouvi-las e traçar melhor as atividades. Não precisa de grandes recursos tecnológicos”, concluiu.

Crédito da imagem: Ricardo Keuchgerian