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Atividade industrial fecha 2018 com resultado positivo, mas perde força no último trimestre

13/02/2019

Indicador Ipea de Consumo Aparente de Bens Industriais registrou crescimento de 3% em 2018, embora o resultado para o mês de dezembro tenha permanecido ligeiramente estável, avançando 0,1% na comparação com novembro. Com isso, o indicador apontou queda de 2,1% no quarto trimestre do ano passado. O autor da análise e pesquisador do Grupo de Conjuntura do Ipea, Leonardo Mello de Carvalho, explica que a demanda por bens industriais acompanhou a trajetória da produção interna da indústria: “Houve uma desaceleração no quarto trimestre, assim como ocorreu com o investimento”.

Basicamente, o indicador calcula tudo que foi produzido pela indústria no país, mas não foi exportado – ou seja, ficou para consumo interno (ou estoques) –, e adiciona as importações. Portanto, o consumo aparente é medido pela produção líquida das exportações, adicionadas as importações. Em dezembro, enquanto a produção líquida de exportações avançou 1,9% frente a novembro, as importações registraram maior oscilação, com queda de 5%. No encerramento de 2018, a produção líquida de exportações avançou 1,2%, e as importações, 11%. 

Na análise das grandes categorias econômicas, o destaque ficou por conta do crescimento de bens intermediários em 2,5% no ano, avanço bem mais expressivo que o 0,4% registrado pela Pesquisa Industrial Mensal - Produção Física, do IBGE, que considera apenas a produção interna. “Esses números sugerem uma maior contribuição das importações para a atividade industrial”, explica Mello. O ano de 2018 também foi marcado por um crescimento forte dos bens de capital (14,6%) e dos bens de consumo duráveis (7,9%). 

Em relação ao consumo aparente setorial, no acumulado do ano, tiveram queda de 2,2%, enquanto artigos de vestuário e acessórios registraram -1,7%. O estudo mostra que as importações de plataformas de petróleo pelo Brasil ocorridas ao longo de 2018 impulsionaram o forte crescimento de 37,2% para o segmento “outros equipamentos de transporte, exceto veículo automotores”, no mesmo período. Veículos automotores (15,8%) e produtos farmoquímicos (12,5%) também foram destaques no fechamento de 2018.