,

Artistas transformam tecidos em obras de arte no projeto Vicunha Gallery

20/12/2018

A convite da VTRENDS, guia de tendência do universo jeanswear publicado semestralmente pela Vicunha, a produtora cultural Juliana Freire convocou para a temporada SS20 quatro artistas da nova geração para um desafio: reaproveitarem tecidos Vicunha, a partir de denim e sarja, para a criação de obras arte. O resultado é o projeto Vicunha Gallery, que chega agora à sua terceira edição, que incentiva o mapeamento de novos nomes da arte contemporânea em diversos seguimentos - buscando contribuir na cena cultural e lançar apostas no mercado.

Mano Penalva é um dos nomes mapeados nesta edição. Seu trabalho destaca as mudanças e os efeitos do processo de globalização na sociedade, assim como a noção de identidade e de pertencimento pessoal. Em sua obra, o artista costura através da observação, justaposição e reorganização da natureza dos ornamentos e objetos, onde subverte os valores e os significados originais destes materiais. Seu processo envolve o interesse de Mano pela antropologia, filosofia e artigos comuns encontrados na rua, mercados populares e em viagens.

Com sua expressão poética, outra selecionada é a franco-brasileira Tati Dalla Bona, que trabalha com colagens, sobreposições, bandeiras e instalações. Sua identidade artística transita pelo neoconcretismo, e também por outros caminhos dentro da história da arte. Ela cria para o projeto linhas que se transportam entre a bidimensionalidade para o espaço tridimensional, construindo um tramado como um labirinto, onde tudo é interligado.

Já Guga Szabzon é uma artista paulistana que, em sua pesquisa, promove encontros entre as linhas, as cores e os ritmos; costura rotas entre as tramas e os conceitos; movimenta a política das fronteiras de um caderno ou de uma partitura. No tecido da Vicunha, ela traduz a geografia de lugares e espaços, criando narrativas que tecem uma trilha, um rastro, um novo mundo ou camada atmosférica.

Para fechar o casting da temporada, o artista plástico Lucas Länder produz desenhos com o corpo, tecidos, papéis e fotografias que conduzem à intensa dança da gestualidade, trabalhando com inspirações que transitam entre o espectro da ficção, memória até a concretude da paisagem, cartografia, ruínas, e palavras. Na obra elaborada, ele explora formas, acúmulos e composições que remetem à relação do indivíduo com suas escolhas - entre a ação e a não-ação, linearidades à interrupções.