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Abit apoia a campanha da FIESP contra juros altos

16/03/2018

Lançada no dia 13 de março, em São Paulo (SP), a nova campanha da FIESP, denominada de “Chega de Engolir o Sapo”, faz referência ao combate aos juros mais altos do mundo e que afetam diretamente os consumidores brasileiros. Em reunião realizada na sede da Federação, na capital paulista, o presidente Paulo Skaf e diversos líderes de empresas, comércio, serviços e agricultura, compareceram para a apresentação do conceito.

Campanha faz referência ao combate aos juros mais altos do mundo (Foto: Divulgação/FIESP)

Entre os representantes, quem marcou presença foi o presidente da Abit, Fernando Pimentel, que salientou a importância da inciativa. “A Abit é apoiadora e signatária da campanha que a FIESP lançou. Chega de engolir sapo relacionado às altas taxas de juros praticadas no Brasil. Essa é uma bandeira da Entidade de muitos e muitos anos, e nós temos que realmente desatar esse nó dos juros excessivamente altos em nosso país que sacrifica enormemente a produção, as famílias e os governos. É óbvio que não se abaixa os juros na marra, se abaixa por vontade, abaixa-se os juros por políticas macroeconômicas que reduzam a dependência do Estado do mercado de créditos e, ao mesmo tempo, que crie mais concorrência no sistema financeiro para fazer com que as poupanças circulem com taxas compatíveis às de retorno da economia real”, pontuou.

Fernando Pimentel falou sobre a iniciativa (Foto: Abit)

Diante da iniciativa, Skaf relembrou, ao longo do discurso que marca um novo ciclo, a semelhança com setembro de 2015, quando foi lançada a campanha “Não Vou Pagar o Pato”, que devido à forte mobilização popular, impediu o aumento de impostos e tornou-se uma espécie de mascote na luta pelo impeachment. "Não é da Fiesp e do Ciesp. O Sapo inicia hoje sua carreira, seu trabalho, sua missão. São entidades de diversos setores, nos níveis municipal, estadual e federal. Quanto ao Pato, está recolhido, mas pronto para sair às ruas caso haja qualquer ameaça de aumento de impostos", definiu o presidente da FIESP.

Paulo Skaf também mostrou a diferença entre o que paga uma aplicação financeira básica (a caderneta de poupança) e o que é sobrado pelo cheque especial. A pessoa que tivesse depositado R$ 100 em 2008, hoje teria R$ 198,03. Por outro lado, uma dívida de R$ 100, também contraída em dez anos, representaria atualmente mais de quatro milhões de reais R$ 4.394.136,97.

Sapo substitui o antigo Pato na frente da Federação, na Avenida Paulista, em São Paulo (Foto: Divulgação/FIESP)

O Banco Central diminuiu a Selic – taxa básica de juros da economia – para o menor valor da história. Considerando os últimos 16 meses, a própria Selic caiu de 14,25% para 6,75% ao ano. Entretanto, apesar disso, os juros cobrados ao consumidor e para as empresas continuam como os maiores do mundo. O que evidencia isso são os juros de mais de 300% por ano no cheque especial e cartão de crédito. Com tal taxa, uma dívida de R$ 100 transforma-se R$ 4 milhões em dez anos.

Os três maiores bancos privados do Brasil lucraram, em conjunto, 50 bilhões de reais no ano passado, o que significa elevação de 12% em relação a 2016. Por outro lado, a produção industrial teve retração de 20% no período da crise.

“Parabéns à FIESP, seguiremos juntos com muita clareza de que o Brasil é um País capitalista, de economia de mercado, o lucro é bem-vindo sempre, mas nós não podemos fazer essa transfusão de sangue ao contrário, que é o que temos hoje, que é o do paciente, que é o setor real da economia para o são, que é o setor financeiro da economia”, completou Fernando.